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Blog do Coletivo

2020, O FILME – versão resumida

Como a vida acontece num relance, em um piscar de olhos praticamente, a visão que tenho deste momento é aquela de um filme qualquer em que se destrói sua cidade, ou aquilo que você pensa que conhece muito bem até de olhos fechados. E em meio a essa cena, vai você, a heroína, sem capa e com máscara, sim, porque usar máscara é fundamental neste momento em meio a um mar de vírus vilões, poeira, de pedras, de vidas que se foram, por algum motivo que vai além do que se fala ser o motivo. Lá estamos nós, está vendo?

Vamos, então, observar esses destroços, tirar cada pedrinha e pedrona e organizar a casa…

−Bora, está na hora, já ligou o computador pra aula? Entra na sala e me entrega o celular. Nada de redes sociais durante a aula.

E assim está o início de mais um dia na casa desta família, que se uniam 4 gerações em uma casa, porém, agora, os primeira geração lamentam por não poderem vir visitar a família.

−Mas então, mãe, se a saudade aperta, podemos nos ver. Estamos todos bem, tomando os devidos cuidados, até porque fico preocupada com vocês aí, melhor vocês aqui pertinho de nós – fala a segunda geração da família.

Enquanto fala, corre, porque pega no serviço às 9h, mas tem um bônus de hora porque nunca larga cedo mesmo… até porque nessa coisa de home-office, tem mais office do que home…

E no que corre, abre a câmera e aperta a terceira geração para levantar e arrumar a cama;

Dá um beijo (ainda presencial) no marido e pergunta “que dia é hoje”, porque com esse negócio de #fiqueemcasa com tantas lives: é hoje, é amanhã, é “eu sei lá quando”, é difícil acompanhar.

O marido diz: “Uma agendinha não ajudaria?” Pergunta que fica no ar…

E exatamente naquela situação que a vida foi passando, de reunião em reunião, em um esforço muito mais além que o normal, como que, apesar da pressa impressa pelas situações vividas, andasse se pisando na Lua (economicamente falando)… Porque tem as contas para pagar e dinheiro extra não entra, novo serviço não fecha, se fecha é por menos dinheiro (e dinheiro, o que é mesmo???) Algo do século passado porque agora é permuta, parceria, enfim.

Agora outra cena de cinema, um de filme de moda, onde se troca bastante de roupa porque, se vai à rua, tem que ter cuidado com a roupa agora… A segunda e terceira geração quase não saía – porque lembremos do home-office e home-school também. E finalmente a primeira geração chegou à casa. Os avós. Casal bem animado, sabe? Só tem um porém: era uma caminhada, troca de roupa; uma ida à padaria, troca de roupa; se ia ao portão, troca de roupa… E onde troca? No corredor externo mesmo! Porque, afinal, não se pode entrar em casa com a roupa da rua. Faz o quê, tira no corredor?

Em outro momento, a segunda geração conversa com uma amiga bem mais velha que inicia a conversa pelo aplicativo de conversas, apesar de morarem uma ao lado da outra, pois definitivamente tudo deveria ser no virtual:

-E aí, como estão?

-Estamos ótimos, mantendo a forma, fazendo na pista da vida uma corrida e tanto!

-E eu aqui nunca fiz tanta ginástica em casa: tiro os quilos de comida da sacola de compras, limpo-os, faço exercícios com eles, depois coloco-os no armário. Faço movimentos de rotação com as mãos para limpar o que chega do mercado; faço bastante agachamento, trabalhando as coxas, porque mal encosto na cadeira com a roupa da rua, levanto quase num pulo quando me dou conta de que me esqueci de tirá-la ao chegar.

E tudo isso por causa de algo tão pequeno, um vírus, “a coisa” que ninguém vê. E outra dúvida no ar:

-Mas será que existe? – perguntou a amiga…

-Existe o quê?

-A coisa que mata? Isso não foi invenção? Você soube de alguém que tivesse morrido de fato disso?

E a segunda geração não sabe mais se fica feliz porque ninguém perto dela havia chegado a uma situação extrema? E os outros que haviam perdido alguém querido? E filmes vêm na tela de sua mente: um de ficção científica que a fez lembrar que nada de abraços ou apertos de mão, máscara a todo o tempo, limpeza de mãos a todo o tempo; e outro agora de sua amiga com essa pergunta se “a coisa” existia ou não!

E lá se foi a amiga dar uma corridinha, uma pelo corredor mesmo, para pegar água na cozinha – estratégia tomada para aumentar seus exercícios, tendo em vista que não podia sair de casa.

-Ufa, voltei!

-O que houve? Levou 3 minutos para voltar a falar. Pensei até que a internet tivesse caído.

-Vira essa boca pra lá! E como se vive hoje sem internet? E as Lives, os podcasts, os “zilhentos” (como falava sua amiga para indicar muita quantidade), aplicativos de conversa em que estou, sem falar nos grupos que me incomodam com tantas figurinhas, mas que calados podem deixar um vazio.

A segunda geração percebeu a importância da tecnologia para sua amiga que, afinal, vivia sozinha. Mas e se de repente tudo parasse mesmo?

Com facilidade de dispersar – porque era muita informação em pouquíssimo tempo – ela viu um novo filme, um de horror misturado com drama. Muitos “e se” em sua cabeça: E se não voltasse a ser como antes? E se piorasse? E se os óbitos aumentassem? E se o número de pessoas deprimidas aumentasse?

E, de repente, a primeira geração chega tirando a roupa de uma saidinha rápida e pedindo álcool para passar nos sapatos; seguidos da terceira e os da quarta geração que foram tomar café, mesmo sem poder, mesmo em distanciamento social; mas ouvindo as gargalhadas das crianças (aquelas de quem sorri com a Alma), a bronca de “vocês não podiam ter vindo” se desfez e abriu-se um sorriso. Até porque a quarta geração (crianças sapecas, mas lindas) estava muito bonitinha com as máscaras de desenhos animados e, para surpresa geral, estavam super adaptadas, como todas as outras pessoas ao seu redor que até faziam da máscara um novo acessório, até sob suspeita de virar moda depois de tanto costume do uso, pois, afinal, lá se iam 9 meses de pandemia.

O filme de nostalgia ia se dissipando porque, apesar de o número de perdas ser grande – perda de vidas, de poder aquisitivo, de trabalho -, a segunda geração via a vida correr à sua frente, com até um toque de filme de comédia daquelas cenas hilárias de uma família muito unida, passando para a tela de um coração aquecido de um filme com um toque mais espiritualizado. E, aqui, congela-se a cena que era clara, a de super heróis, que por algo interno são movidos a vencer diariamente os medos, os desânimos, as notícias ruins, que são convidados a fazerem do limão uma bela torta de limão e ainda colocam umas gotinhas no chá.

Neste momento, encerra-se o documentário “Várias Maneiras de se Enfrentar o COVID”, onde todas as pessoas são protagonistas deste momento da História que vivemos: “2020, O FILME”.

Texto/autora: Tess Villa

Área de Atuação: Educação, Arte Literária, Contação de História

Arte gráfica e ilustração: @villaskohl

Projeto Editorial: Tess Villa

dezembro 30, 2020
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E SE MINHAS TRANÇAS CONTAREM

“E se alguém ver, e se me pegarem, e se…?”, pensou Ana Lee que levou um susto quando seu melhor amigo fez um “buuuu” do tamanho do mundo.

Intrigado com o comportamento de sua amiga, ele começa indagando se sua irmã mais velha sabia onde ela estava, ao que ela respondeu que não, com vontade de mandá-lo sair logo dali. Mas claro que ele percebeu e ignorou totalmente, como bom adolescente que tem por característica vestir-se, calçar-se, colocar boné e cachecol de chato, porque carapuça – como ele diz – só serve para o saci; e ele, Bob Marcos, tem estilo (seu nome de fato era Roberto Marcos, mas Bob era mais estiloso.

 

– Roberto… – iniciou Ana.

– Bob, por favor.

– Ai, Roberto Marcos, não estou podendo com isso – disse Ana que sabia como irritar o amigo.

– Eu disse Bob! Retrucou enquanto passava a mão no cabelo com um topete que ele faz questão em colocar bastante pasta com cola pra deixar bem pro alto.

– Roberto Marcos, então preciso falar sobre isso com alguém.

O rapaz podia ser chato assumido, mas sabia muito bem quando sua melhor amiga estava tensa, ou triste. Segundo ele, sua pele marrom, que ele tanto gostava – pois era de um tom de chocolate que ele nem ligava, mas que em Ana Lee era lindo -, reluzia, mas sim, sua pele ficava levemente pálida quando ela estava um “pouco fora do prumo”, como ela dizia.

– O que foi, Ana Lee? – A jovem tira da bolsa um diário, porém não era um diário novo, logo não poderia ser dela. 

– Que caderninho velho esse, hein.

– Veja como fala! Ele deve ter minimamente 100 anos.

– Nossa, que velho mesmo! O que você está fazendo com isso?

– Lendo sobre a história de minha gente.

– Ah, entendi – com uma cara que não fazia ninguém acreditar.

E a partir daí, ela começa a contar sobre um lugar longe, muito longe, que ela mesma não tem ideia de onde é, porque perdeu as referências e nem a piadinha sem graça de seu amigo de que “tio Google pode ajudar” adiantou, e ela começou falando:

Sua tatatatatata – não sabia quantas tatas atrás disse a sua avó, a quem pertencia o diário – disse que eles descendiam de um grupo meio que nômade da África, mas que registravam predominante os iorubás, que eram várias populações do mesmo tronco linguístico. Eram, então, os efãs, ijexás, egbás, entre outros povos. Mas alguém anotou por cima da anotação feita que habitavam a atual região da Nigéria e do Benin.

Além do idioma, eles tinham traços culturais e religiosos em comum e estavam organizados em cidades independentes entre si, mas todos acreditavam que elas tinham uma mesma origem divina e Ilé Ifê havia sido escolhida pelo sagrado, o deus Olodumaré, como criação do mundo, sendo por isso considerada o centro espiritual dos iorubás e era governada por um grande sacerdote.

 

Nesse momento, Ana Lee falava com tanta empolgação, com tanta identidade que Roberto Marcos, ou melhor, Bob Marcos parecia ver esse sacerdote em sua frente. E a empolgação da menina continuou:

– E você sabia que as outras cidades possuíam chefes que eram eleitos por um conselho e que eles deveriam governar apenas por um tempo determinado?

Roberto fez que não com a cabeça, constatando que não sabia muita coisa sobre a África, porque nas escolas não falam muito. O que ele sabia mais vinha por Ana Lee, uma menina que era preta na pele e na essência, forte e valente porque, quando tentavam fazer chacota dela, ela sempre dizia: “Olha lá como fala, pois sou Ana Lee, descendente da África, berço das civilizações.” E a menina com suas tranças era como uma heroína para ele, um menino de seus 12 anos, de pele branca, que os meninos mais fortes, os valentões, chamavam de “branco azedo” e era Ana Lee que o livrava das perseguições que até brigava por ele. Os dois eram… queijo e goiabada que tanto gostavam de comer naquelas Minas Gerais onde moravam.

Roberto e as demais crianças das escolas só conheciam um pouco mais sobre a história da África quando os professores, animados pelo Dia da Consciência Negra, faziam algo diferente juntando geralmente português, história e geografia. Mas era sempre muito do mesmo, fato que fazia Ana Lee debater porque não existia para ela a ideia de um dia para celebrar questões dos povos da África, tendo o continente a importância que tinha. Assim como não engolia Dia do Índio, porque “o que os indígenas faziam nos 364 dias do ano? Dormiam até o próximo 19 de abril?” 

E a menina em seus plenos onze anos tinha muitos questionamentos que poucas pessoas gostavam, principalmente na escola, onde ela achava que deveriam gostar de estudantes questionadores e questionadoras – ela gostava de enfatizar o gênero feminino das palavras.

Entusiasmada, a menina continuou alertando que as cidades iorubás também controlavam rotas comerciais, as que iam do litoral para o interior da África. Avançando, dizia que eles tinham grandes conhecimentos na metalurgia,  da qual faziam armas, instrumentos e obras de arte, além de possuírem importantes centros de artesanato, com presença de tecelões, marceneiros e ferreiros. Isto tudo antes dos portugueses chegarem.

– Infelizmente, já existia tráfico entre os próprios povos africanos, resquício do poder do qual a humanidade parece não perceber que acaba com ela mesma. Os árabes muçulmanos encontraram, assim, meios que já existiam para a compra de escravos para os seus propósitos.

Nesse momento, Roberto Marcos ouve alguém chegando. Ana Lee sai de suas imagens de dor de seu povo e percebe algo que a faz guardar o diário às pressas. Quando alguém se aproxima.

– Ah, é você, Marta. Que susto! – falou o menino com ar de alívio ao mesmo tempo que ficou em alerta e percebendo que sua melhor amiga estava pálida; tentou disfarçar:

– Mas como estava falando, o filme tratava de tráfico de escravos, é isso?

– É, é isso mesmo… você sabe como eu fico chateada com esse assunto.

Marta não aceitou muito a resposta, pois, ao chegar, viu Ana Lee muito empolgada falando tal qual fosse uma professora. A menina, prima de Roberto, não era a companhia das mais queridas de Ana, tampouco do primo. Era uma pessoa que pensava muito nela e gostava de colocar-se superior aos outros, meio que tentando esconder algo, que não sabia o que poderia ser. Mas a única coisa que sabia seu primo é que seu pai abandonara a família há uns três anos. Segundo sua fala, “de uma forma nada criativa: disse que ia comprar cigarros e nunca mais voltou. Nem criativo ele foi”. Talvez isso fosse uma explicação para ela se tornar o terror dos menores, talvez isso fosse o motivo para ela pegar tanto no pé de Ana Lee, que conseguia sobressair nas aulas por sua facilidade em aprender e nem ao menos ficava rosa quando pegava sol! Marta sempre ficava pensando sobre essa tal de melanina dos afrodescendentes.

Mas, enfim, o fato era que ela estava lá com a pulga atrás da orelha, e nem Roberto nem Ana podiam continuar conversando. Ainda por cima, Ana tinha que ficar esperta, porque Marta era bem do tipo de puxar a bolsa para ver o que tem dentro, tendo em vista que ela estava incomodada com a resposta que Roberto deu, na verdade nem um pouco convencida.

– E qual era o nome do filme? – quebrou ela o silêncio de alguns segundos que pareciam horas e que fez o meninos entenderem que Marta não iria logo embora.

Ana, ainda pálida, cuidando demasiadamente de sua bolsa, fato que levava a astuta Marta à desconfiança e a se aproximar mais da menina acuada, e consequentemente da bolsa, não sabia o que dizer.

Foi quando Roberto teve a excelente ideia de lembrar, sim!

 – Nossa! Temos prova amanhã de boatemática (forma que a mãe de Marta se referia à matéria tão temida pela jovem que ficou reprovada exatamente por ela).

– Aiii!!! – disse Marta, voltando-se para Roberto e perdendo o foco de Ana Lee. Por que você tinha que lembrar, Roberto?

– Bob, por favor, disse o menino. Porque não quero ver minha priminha reprovada e temos que correr porque sua mãe pediu minha ajuda e de Ana Lee.

Se tinha coisa que mais deixava Marta irritada, além do ridículo codinome que seu primo se dava, que Marta só falava quando citava Bob, o bobão, era ter que estudar com Ana Lee, que sem que sua mãe ouvisse, ela – Marta – fazia questão de chamar de calça Lee, ainda que Ana nem se importasse.

Na verdade, Ana percebia as dificuldades de Marta: dificuldade com suas emoções que a levavam a fazer coisas nada a ver, a tentar magoar pessoas para se sentir superior. Tentativa também de fugir das explicações quando perguntava quanto tempo levava para fazer as tranças de Ana Lee. 

O que Ana – a jovem que trazia consigo o Lee da cantora que a mãe muito admirava – gostava de falar pra menina Marta nesses momentos era que se suas tranças pudessem falar, contaria muitas histórias, inclusive a de uma jovem moça que tentava fugir das aulas com conversas paralelas em vez de resolver logo o problema. Mas, sim, se as tranças de Ana Lee pudessem falar, contaria muitos contos de seu povo, de sua riqueza e lutas, de sua beleza, mas também contaria histórias de heróis e heroínas dos dias de hoje, africanos ou não que trabalham por uma vida melhor para todos.

De certo, ela também contaria sobre seus amigos, crianças em corpos de jovens, seu amigo Bob Marcos – vamos falar o que ele gosta de ouvir – e até Marta que, por não dar conta de suas dificuldades, arruma problemas para si mesma; porque Ana, assim como seu povo, acreditava que todos que vêm a este mundo, mais cedo ou mais tarde, precisam prestar contas de seus atos. 

E nessa hora, ouvia a voz doce de sua avó: “Então que possamos viver bem, tendo respeito pela vida, e nossas contas estarão quitadas.”

Texto/autora: Tess Villa

Área de Atuação: Educação, Arte Literária, Contação de História

Arte gráfica e ilustração: @soujuoliveira

Projeto Editorial: Tess Villa

 

 

dezembro 3, 2020
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O LEÃO E O BICHO-HOMEM

O Leão rodeou o mundo inteiro, desafiando os animais da selva lutando, espancando todos eles, saiu vitorioso e foi declarado Rei.

Mas, mediante a essa declaração do respeito e honra que recebera depois que conquistou a vitória, sentiu-se orgulhoso e envaideceu-se. Os fatos narravam que além dos animais que existiam na selva, cujos Leão havia derrotado a todos, ainda havia um do qual os animais davam testemunho ao Leão, dizendo:

– Tu podes até ser o rei da floresta, mas há um em que nele reina a sabedoria, inteligência e poder de transformações na Natureza e no mundo, em que a este tu não podes vencer nem dominar. Dizia a Raposa ousada.

– E quem é este, de quem tu me falas assim e outorgas-lhe tudo isso? Perguntou o Leão curioso e convencido.

– É o Bicho-homem, que não vive na selva, mas vive em grandes cidades e edifícios, ora em casas de pau-a-pique, que o mesmo constrói com sabedoria e inteligência. Respondeu a Raposa. 

Convencido de que era capaz de desafiar o Bicho-homem, disse o Leão: 

– Eu vou à procura desse tal Bicho-homem para vos provar que eu sou o rei, até capaz de dominar o Bicho-homem e reinar entre eles.

Então lá se foi o Leão à procura do Homem.

Depois de uma longa caminhada de quilômetros, o Leão deparou-se com um garoto e perguntou-lhe logo:

– Será que você é o Bicho-homem? 

 

 

Porém, receoso e assustado, o menino respondeu:

– Não, senhor. Ainda não sou, mas estou quase para ser ele. Respondeu o garoto.

Receoso, o Leão disse consigo mesmo:

– Não é este que quero, preciso daquele que diga unicamente: “Sim, sou eu!”

E lá continuou ele com a sua marcha.

Depois de mais dezenas de quilômetros, o Leão cruzou-se com um senhor já idoso e perguntou-lhe:

– És tu o famoso Bicho-homem que ouço dizer da boca de todos os animais da selva de quem eu sou o rei, mas a ti se atribui honra, glória e poder, enquanto eu domino entre eles? Perguntou o Leão furioso e altivo.

Ainda tranquilo, respondeu o velho calmamente: 

– Não, senhor Leão. A verdade é que eu era, mas já não sou mais.

Ouvindo isso, o Leão retirou-se, dizendo consigo mesmo:

– Não é este que eu quero, quero aquele que simplesmente diga: “SIM, eu o Sou!”

 

 

Mais adiante encontra-se com um jovem caçador que estava bebendo água no rio. Disse o Leão consigo mesmo: “Este deve ser o tal de quem eu estou procurando.”

Aproximando-se, saudou o Leão:

– Boa tarde, parceiro!

– Boa tarde, amigo Leão – respondeu o homem -, em que posso lhe ajudar, colega?

Porém bravo e convencido de que haveria de ganhar a competição, perguntou:

 

– Ah! És tu o tal Bicho-homem de quem todos os animais da selva falam perante mim, atribuindo-te honra, glória e poder, enquanto eu domino entre todos eles?

 

Cheio de ousadia, o homem respondeu: 

 

– Sim, eu sou o Bicho-homem! Portanto, o que você quer de mim?

 

– Ahaha, ainda bem! Eras mesmo tu que eu estava procurando. Visto que eu reino entre todos os animais, a minha honra, glória e poder não devem ser atribuídos a outra pessoa. 

– E o que tenho eu a ver com isso, senhor rei da selva? Perguntou o caçador ousado e já bem agachado com o seu rifle nas mãos com o dedinho no gatilho.

 

– Não é outra coisa que aqui me trouxe, parceiro… eu rodeei o mundo inteiro desafiando todos os animais da selva e venci-os todos! No entanto, fui declarado rei. Agora, quando me falaram de outro dominador, eu fiquei pasmado, razão do qual vim desafiar-te para concluir a minha tarefa!

 

– Ah, é mesmo?! Retrucou o homem. Já que assim queres, então vamos a isso, amigo!

O Leão, enraivecido, saltou a uma arvorezinha, preparando-se para atacar o homem, enquanto já o dedo da mão do homem estava bem no gatilho da sua arma. Num instante em que o Leão tenta saltar pronto ao ataque, um disparo alarido saiu do rifle espantando e afugentando as aves e macacos na mata…

“PAMMMMMM!”

Aterrorizado, deu um pulo do outro lado e, com a pata ferida, fugiu para a floresta, gritando: 

– De hoje em diante, já não posso desafiar o Bicho-homem, pois graças a sua inteligência, conseguiu livrar-se das garras do animal mais poderoso que existe no mundo. Assim, livrou-se e ganhou esta batalha. Digno és tu de honra, poder e glória porque, afinal, nem sempre aquele que é mais forte é o melhor!  Porque, afinal, a inteligência até certo ponto é mais poderosa do que a própria força; mas ficas sabendo que, a partir de agora, tu meu inimigo és, e ai de ti se eu te encontrar indefeso!

Eis aí a razão do qual o Leão ataca o homem quando o encontra indefeso.

 

Texto/autor: Moisés António

Instagram: @moises_7

Principais Áreas de Atuação: Arte Literária e Docência

Arte gráfica e ilustração: @villaskohl 

dezembro 3, 2020
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Segredos de uma vida saudável

Vida saudável.

Será que não estar doente é estar saudável? Bom, há quem diga que sim, porém é muito mais do que não estar doente.

Para conseguirmos manter uma vida saudável, é necessário primeiramente o autoconhecimento, entender seu corpo, cada simples sintoma, quando o corpo fala, mas muitas vezes não ouvimos. Nós somos capazes de ouvir as grandes orquestras, os sons do mundo, das buzinas, dos cachorros latindo, tudo nos desperta. Mas quando os sintomas do meu corpo vão me despertar?

Despertar para uma vida plena, para hábitos de nutrição adequada, menos contaminação com pílulas, com comidas enlatadas, empacotadas, cada dor de cabeça, ataque de pânico, ansiedade, um coquetel de substâncias que estão me destruindo aos poucos.

Despertar para o movimento, meu corpo é uma máquina e como tal as engrenagens precisam mover-se para manter o equilíbrio, a elasticidade, quando vou me mover.

Despertar para o entendimento de que cada sintoma tem uma causa, e ela, a CAUSA, deve ser a minha busca, e não simplesmente entender que é normal. Até quando vou achar normal ter dores de cabeça, gastrite, dor de estômago, infecções, resfriados constantes, pressão alta, colesterol alto, diabete…? Parece que conhecemos de “cor e salteado” uma infinitude de enfermidades que nos assolam, mas quando estamos buscando conhecer o nosso corpo, para não abandoná-lo a mercê dos NORMAIS, tudo tornou-se normal: viver doente é normal, as crianças acima do peso, desenvolvendo ansiedade, tudo é normal, tomar remédios – ou melhor venenos controlados -, tudo virou normal. 

As farmácias se multiplicam, cada vez mais buscamos uma novidade nas prateleiras, quando no cantinho do quintal podemos ter muitos benefícios, em nossas plantinhas, hortelã, erva cidreira, erva doce… Cada aroma que pode me auxiliar na busca por mais tranquilidade e equilíbrio.

Cada emoção sentida, quando reconhecida, pode ser trabalhada e então podemos evitar o desenvolvimento de muitas enfermidades, uma vez que nossa energia se desequilibra e perdemos o controle. E dia após dia, as emoções são contaminadas e nosso corpo paga o preço; o preço de não pararmos para reconhecê-lo, compreendê-lo e em um simples ato de compaixão pelo nosso templo sagrado, onde reside nosso divino, nossa essência, entender o que precisa ser mudado, o que precisamos aprender, buscar, e onde precisamos agir para que ele possa nos levar até o nosso propósito final com menos dor, menos desequilíbrios e muito mais possibilidades de uma vida com verdadeira saúde.

É hora de pararmos de cuidar das doenças e começar a cuidar da saúde. O remédio remedia – vale a redundância -, mas não precisamos remediar, precisamos cuidar, amar nosso corpo e, assim, vamos alcançar uma velhice plena, pois ela vem com certeza. A nós basta escolher como queremos envelhecer, e a responsabilidade é de cada um de nós. Aliás, está aí um outro fator muito importante, depois do autoconhecimento: A Autorresponsabilidade. Até quando vou deixar a minha saúde nas mãos de outros, quando ela só diz respeito a mim, já que ninguém pode se responsabilizar pela minha saúde. A cada emoção que permito me desequilibrar, a cada alimento que me permito contaminar, a cada hábito que me permito destruir meu corpo, só consigo ver um responsável por tudo: EU MESMO.

Quando desconheço os sussurros do meu corpo me pedindo socorro, eu estou me destruindo, e somente a partir da consciência poderemos iniciar as mudanças, que devem acontecer primeiramente em nossa mente. Precisamos assumir o controle, ter autorresponsabilidade, e buscar o autoconhecimento. A hora de mudar é agora.

O mundo está se voltando para seu interior, buscando formas de cuidar-se; voltando a nossa consciência para um estilo de vida natural, através das terapias alternativas, de uma nutrição que deixa os congeladores dos supermercados e volta para as feiras ou as pequenas hortas caseiras. É o simples que faz a diferença, a simplicidade é divina, ao passo que a complexidade é humana. Então sejamos simples e vamos encontrar o caminho, abrir portas que foram fechadas por nós mesmos. Um passo de cada vez .

As sementes, as folhas, os frutos, os aromas… – Ah, os aromas! Alimentam nosso corpo e nossa alma, nos dão suporte para estabelecer o equilíbrio nas nossas emoções, na energia que prevalece em nosso corpo e nos direciona. Cada gota sutil que nos traz uma molécula de bem-estar e tranquilidade, aliados que nos foram dados pela mãe natureza e que por muito tempo não demos a eles seu lugar de destaque: os óleos essenciais.

Óleos essenciais são gotas de paz e equilíbrio, são extraídos das plantas, sendo amplamente utilizados para o suporte e manutenção da nossa saúde. Através da Aromaterapia, a arte de utilizar os aromas para tratar nossos desequilíbrios, os óleos essenciais fazem parte do sistema de defesa e de reprodução das plantas. São gotas mágicas que atraem ou repelem, conforme a necessidade da planta para sua sobrevivência.

Muitos estudos vêm sendo feitos para comprovar a eficácia do uso dos óleos essenciais para a nossa saúde, e seu uso vem crescendo a cada dia, pois os resultados têm sido muito satisfatórios. Essas substâncias são compostos químicos que agem em nosso corpo nos auxiliando em muitos aspectos, agindo em nossa fisiologia, no emocional e especialmente em nossas vibrações.

Dentro das terapias quânticas também tem (plural?) se obtido muitos resultados satisfatórios para a melhoria do estado de saúde, trabalhando na elevação da frequência vibratória. Os óleos essenciais também auxiliam de forma a melhorar a nossa frequência – o que em muitos casos é onde se originam os desequilíbrios. Quando nos permitimos acessar frequências muito baixas constantemente, isso prejudica nosso estado geral de saúde, iniciando processos de doenças, nosso sistema imunológico se desequilibra e as doenças se instalam geralmente onde estamos mais vulneráveis.

A pergunta que não quer calar: Até quando vamos fingir que esta mudança não está ao nosso alcance?

Aromaterapia, homeopatia, florais, fitoterapia, reiki, radiestesia, cura prânica… São muitas terapias alternativas que podem nos direcionar e nos dar suporte para uma vida saudável. Porém a verdadeira solução está dentro de cada um de nós, precisamos decidir viver melhor. Este é o grande desafio.

 

Texto/autor: Elizângela Maria Simões

Instagram: @elizangela.simoes

Área de Atuação: Aromaterapia

Arte gráfica: https://br.freepik.com/fotos-gratis/compressa-de-ervas-e-equipamentos-de-tratamento-de-spa-com-ervas-colocados-em-piso-escuro_11407545.htm#page=1&query=bem%20estar&position=8

dezembro 2, 2020
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Bumerangue

No 3, conto outra vez!

Era uma vez… dois irmãos: Amanda e Bernardo. Eles viviam com seus pais e o seu avô em uma casa simples, mas repleta de respeito, carinho e amizade. A avó já tinha partido para as estrelas.

Ali perto de casa havia um parque.

Tinha também uma Doutora em botânica… Ela estava animada por ter encontrado uma árvore raríssima.

– Que maravilha! Encontrei uma muda desta planta e logo aqui! Tão pequenininha… um bebezinho. Vou voltar ao laboratório e pegar material para colher esta amostra melhor. Mas… Ah, já sei! Vou colocar meu chapéu aqui, e esta pedra vai ajudar para não ser levado pelo vento.

E assim a Doutora Sandra foi quase saltitante quando, pera, vejam! Amanda e Bernardo estão chegando no parque brincando, quando:

– Epa, ai que pedra! – grita Bernardo.

– Mas é sem jeito, viu! E ainda dizem que irmão mais velho sabe das coisas.

– Que engraçadinha! Mais respeito, menina. Olhe, um chapéu! 

– Ah, que lindo! – falou Amanda com entusiasmo de criança.

– Amanda, é só um chapéu.

– Mas tem uma pena e uma pedra pendurados.

– Parece o chapéu da Dona Ida sem volta.

– Que feio! Fazendo graça com o nome dos outros e ainda uma senhora. Mamãe sempre diz que devemos fazer com outros aquilo que queremos receber do universo.

 

Bernardo ficou sem jeito com a observação de sua irmã, pois sua mãe sempre disse a eles que precisavam respeitar como queriam ser respeitados…

– Eu só estava…

– Bernardo, deve ser mesmo o chapéu de Dona Ida.

– Podemos levar o chapéu pra ela – continuou a irmã animada.

– Ah tá, Amanda. Legal! Nada feito! Preciso ir logo pra casa, tenho mais o que fazer.

– Hum, sei, vai ficar de joguinho. Sei, sei. Mas Dona Ida faz uns biscoitos maravilhosos, e além de fazermos uma boa ação, ainda podemos ganhar uns biscoitinhos.

Amanda sabia bem como ganhar o irmão.

– Mas, pensando bem, até que é muito importante devolver o chapéu de Dona Ida sem v… da Dona Ida.

E lá se foram os dois, até que…

– Dona Ida! Dona Ida! – Bernardo encheu os pulmões… Dooonnnaaaa Iiiiidaaaaa!

– Ahhhh, quem me grita? Desse jeito vou ficar surda. Ah, são vocês! O que essas crianças tão lindas querem comigo?

– Dona Ida, encontramos este chapéu no parque e gostaríamos de saber se ele é da senhora – Amanda começou.

– Ah, muito legal vocês terem se lembrado de mim, mas não quero comprar este chapéu, não.

– Comprar? – perguntou Amanda. Ele então não é seu?

– Isso! Deve ser do Amadeu, o rapaz da mecânica.

Mas logo desistiram porque o Amadeu não deixava sua oficina.  E Dona Ida sentindo-se animada:

– Meninos, pode ser da Cidinha. Isso, da Cidinha mesmo!

– Cidinha adora ir ao parque. Pode realmente ser dela!

– Ah, a tigela, depois vocês trazem.

 

Os meninos se olharam e seguraram o riso, pois sabiam que não seriam nada gentis rindo. Agradeceram e, ao se virar rapidamente, perderam-se nos risos, mas risos de felicidade por terem visto o pote de biscoitinhos da Dona Ida e…rumo à casa da Cidinha!

E lá foram os irmãos. Mas, no meio do caminho, duas pessoas chegavam no parque. Os dois se colocaram atrás da barraca de cachorro-quente.

– Excelente ideia, Maurício! Um cachorro-quente, por favor – disse o mais alto e mais corpulento.

– Peixe morre pela boca. Agora, não, Leandro! Quer acabar com nossa missão? – repreendeu o mais baixo e bem magrinho.

– Hehe, missão de ficar espionando os outros.

– Fica quieto, coisa! Só sabe comer, é?

– E vê como fala! Isso é bullying.

Maurício fez “xiii” com o gesto porque Doutora Sandra entrou no parque e já de longe percebeu que seu chapéu não estava onde tinha deixado.

– Mas o que será que aconteceu? Eu podia jurar que tinha deixado por ali… – e nisso ela coloca os olhos em direção aos homens, os dois que se escondiam atrás de uma bancada abandonada perto de um quiosque de lanches.

Maurício se abaixa enquanto Leandro se levanta e dá tchauzinho. 

– Você enlouqueceu? – Maurício diz enquanto puxa o amigo. Dando tchau pra ela? Já esqueceu que ela nos conhece?

– Claro que não. Admiro muito a Doutora. Sandra – disse Leandro.

– Admira? Você tem que admirar nosso chefe, isso sim!

– Admiro, não. Vive espionando porque não consegue fazer igual, nem melhor que ela.

– Vou fazer de conta que não ouvi isso.

Depois de procurar que nem louca seu chapéu, a Doutora se aproxima do quiosque e pede um suco.

– Sim, Doutora. O de sempre? – Perguntou Raimundo, dono do quiosque.

Nesse momento, Maurício gelou, porque Sandra estava bem perto deles. E Leandro até quis que ela os achasse, pois assim terminaria logo aquela missão.

– Sim, por favor – respondeu Sandra. Raimundo?

– Sim, Doutora.?

– Você reparou se alguém pegou um chapéu?

– Um chapéu bege?

– Sim!

 -Com as siglas de onde a Doutora trabalha?

– Sim, isso mesmo!

– Que a Doutora perdeu hoje?

 – Isso mesmo, você viu???

Sandra estava ficando animada, quando…

– Não, não sei de nada. Mas é que sempre vejo a Senhora com o chapéu, e agora não está. 

– Ah, tá! (Desanimada)

– E hoje também vieram dois homens, um deles perguntando pela Doutora.

E levantando de súbito, Leandro tentou se explicar:

Eu não perguntei por ela, é que… (O outro não sabia onde se enfiava.)

– Você aqui?! – disse Sandra. Pelo jeito que só andam grudados, o…

E Leandro puxando Maurício pela camisa:

– Está aqui, sim. Ela quer falar com nós dois.

– Oi, Doutora! – Maurício com a cara que parecia ter passado óleo de peroba.

E falando entre os dentes:

– Não sei porque o Doutor Smith te paga pra trabalhar.

– E por falar nele, ele deve ter pago pra vocês pegarem…

– Exatamente! – disse Leandro, seguido de uma cotovelada de Maurício.

– E vocês pegaram?

– Sim.

 – Aiiii, devolvam, seus ladrões! – disse Sandra. Eu não consigo trabalhar em paz!

– Não tem como devolver, Doutora. Já saiu no xixi – disse Leandro meio sem jeito.

– Hein? – Sandra se espantou confusa.

E Leandro, vendo a confusão, explicou que bebeu um suco que ela havia deixado para trás no quiosque, porque já estava pago mesmo. 

– Então foi isso que vocês acharam? Nada mais? – perguntou com um sorriso largo, a bióloga.

De repente, chegam as crianças no parque:

– Realmente é melhor devolvermos o chapéu pro lugar onde o achamos, Bernardo. Mamãe sempre nos ensinou a não pegarmos nada que não seja nosso. Vamos!

Amanda virou-se num repente, correndo em direção ao lugar onde achou o chapéu, como se ele fosse um bumerangue.

Sua avó sempre dizia: “Vibre no bem sem hesitar, porque também sem hesitar ele retornará tal qual um bumerangue, como os que o avô de vocês faz.”

E no quiosque:

– Doutora?

– Sim, Raimundo.

– Sobre o chapéu da Doutora… o bege… 

– Ah, já sei que você não o viu… – disse a bióloga desanimada

– Ele está com os meninos ali.

– O quê??? Disse Sandra em um salto.

Assim que Sandra os avistou, foi correndo atrás dos irmãos, e os dois espiões também.

– O que vocês estão fazendo com o meu chapéu?

– O quê? Como podemos saber que é teu? – falou Bernardo pulando pra trás com o chapéu escondido e Amanda escondida atrás dele.

– Eu o deixei aqui hoje bem cedo.

 

E a Doutora prosseguiu dizendo que no chapéu tinha seu nome – e tinha. E que dentro tinha o nome da empresa na qual ela trabalhava. E tinha!

– NÓS o deixamos aqui hoje bem cedo – disse Maurício, com meio palmo de língua para fora e tentando repetir o que Sandra dissera como se fosse um eco.

Bernardo olhou para Amanda confuso…e se Maurício estivesse falando a verdade? E se a Doutora fosse a verdadeira vilã?

 

Mas vejam só, que com tanta dúvida de Bernardo… ah! Num pó de perlimpimpim essa história por agora chega ao fim!

dezembro 2, 2020
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Um Sopro de Mudanças e Velejando ao Nascer do Sol

Uma vontade de fazer um coletivo que mostrasse a força do empreendedorismo de pequeno e médio portes e que as Marcas que viriam desses empreendedores poderiam ter uma vitrine que deixasse ver sua relevância através de conteúdo que as humanizassem, que mostrassem o quão relevantes para elas é a formação de uma sociedade mais justa, mais consciente. 

 

Além disso, sabe-se que aquele que produz ou presta serviços de forma mais modesta tem dificuldades de fazer concomitantemente sua divulgação. Onde se encaixa perfeitamente o dizer “juntos nos fortalecemos e divididos nos enfraquecemos” e, se não for assim, é algo parecido.

 

Surge, então, o Empório Vitrine no finalzinho de 2019, com eventos presenciais levando, naquela época, produtos para as pessoas, mas já com valores que se mantêm até os dias de hoje: informação, artes, sobretudo marcas que tenham a ver com qualidade de vida e propostas diferenciadas.

 

O ano de 2020 veio com a pandemia e tudo se transformou em on-line. Mas voltemos a abril deste ano. O que já seria um Festival, por juntar mais Artes, passou a ser Festival on-line: um período de dias quando as Marcas que vinham sendo trabalhadas tiveram um fôlego, um ápice, com dias falando sobre elas e sobre apresentações de momentos de informação e entretenimento por vídeos e Lives.  

 

Dessa forma, foram 7 meses de Festival, um número que, para alguns, é o da transformação; e de fato foi transformado no Sopro de Mudanças, tema do 7º Festival, que aconteceu em outubro de 2020, prestigiando o elemento ar, algo peculiar ao EV (apelido carinhoso do Empório Vitrine), que usa os elementos para darem temas aos seus eventos. Nesses 7 meses, tivemos parcerias maravilhosas, umas vieram e passaram, outras permaneceram e ainda outras surgiram mais recentemente. E sabe-se que tantas outras vão vir.

 

Assim, aprendizados inúmeros – e ainda em processo, sempre em construção, em desenvolvimento, algo bom para a vida. De fato é momento de mudanças. Pandemia abrindo cada vez mais, pessoas já saindo pra “night” e um certo esgotamento de tanto virtual que, sim, veio para ficar, mas que cede espaço para mais fluidez, menos tempo de Festival EV. E este se transforma no mês de novembro em Mini Festival, menos tempo, porém talvez mais dias – tudo depende da campanha de apoio que o Empório Vitrine busca para algumas ações que acontecem nesse evento, inclusive campanhas sociais.

 

E assim esse bebê tamanho grande, EV para os íntimos (risadinhas), vai para uma nova fase com seu Mini Festival no dia 13/11 com o tema “Bons Ventos”, falando sobre sua nova ação social, com os artistas, com a informação no bate-papo (ex. Roda de Conversa) com Jana Melo, do Dandara Soul, salão especializado em cabelos crespos e cacheados, e Elizângela Simões, expositora-serviços do EV de aromaterapia. As empreendedoras falarão sobre cabelos étnicos tratados de forma mais natural – identidade na raiz. E na sequência do dia 13/11, às 20 horas pelo link do Zoom, acontece o  Remate Colaborativo, uma nova parceria que se firma com Carla Rocha, da Ametista Eventos. 

 

Esses Bons Ventos ajudando ainda mais, trazendo novos apoiadores financeiros, teremos mais artistas em 20/11, a segunda data do Mini Festival; contudo ressalta-se que já teremos bate-papo, cujo título é surpresa, com Móises António, professor, escritor e poeta angolano, e Max Kohl, artista plástico e designer de longa data.

 

Desse modo, o Empório Vitrine segue seu fluxo: acreditando que as águas da adaptação, a terra dos caminhos e os ares dos pensamentos que realizam estão a favor de sua missão.

novembro 3, 2020
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E o que é ser criança?

Ser criança é ser pega pelo assombro de algo novo, sem criticar, como simples forma de aprendizado que se dá de forma natural. Ser criança é ser sincera – sem filtros e isso dói -, e quanto mais ingênua, mais liberada de conceitos equivocados, mais liberdade para se expressar e sem magoar, pois é uma forma de expressão pura.

 

Ser criança também pode ser aprender desde cedo a ouvir para entender que limites existem. Mas ser criança também é usar os ouvidos, principalmente para aprender com os mais velhos. E por que não aprender desde cedo a sentir com a mente e pensar com o coração, aproveitando a condição de perceber o mundo de forma mais liberada de pré-conceitos?

 

E por que não ser criança grande, aquela que não perde alegria de viver e a surpresa diante das coisas simples e belas? Ou ainda brincar de pique-pega, esconde e se permitir voar nas asas da imaginação e pintar uma laranja de azul – azul? Azul, sim!

 

Ser criança depende da idade? Claro que não! Mas depende, sim, da essência. A essência da Alma, a essência do Ser.

E algo me vem à mente, as brincadeiras de antigamente: amarelinha, queimada, o nervoso da areia da praia que parecia algo de outro mundo, de tão diferente da terra que era para uma menina pequena em idade, mas de Alma mais velha que prestava atenção nos detalhes das flores e das asas das borboletas.

 

Dessa forma, ser criança é amar a liberdade. Contudo, a verdadeira liberdade é aquela que vem de dentro e deixa a vida leve, porque aquece o coração. Então, fechando outubro, o convite é que sejamos crianças na ingenuidade e na sabedoria, no assombro, no sorriso, mas também nas lágrimas, se elas vierem de um dodói; assim como com cada pedrinha que encontrarmos pelo caminho, que com ela joguemos amarelinha ou 5 Marias e que sejamos, acima de tudo, felizes porque uma boa criança permanece com o passar do tempo.

 

Com um “tauuu” bem longo no sentido de até breve, tal qual criança por volta de 2 anos faz, vou deixar uma menina peralta, tema possivelmente de um história, que não “sossega o facho” dar voz a sua Criança Interna:

 

Menina, sossega o facho! 

(Versão de 29/10/2020 por Tess Villa)

 

Quero trazer à mente

aquilo que não se sente

com tanta facilidade

à flor da pele

mas que no coração

pulsa expulsando

os fantasmas da escuridão;

quero respirar o ar que me inunda 

a consciência profunda

que me faz acordar;

sinto quando penso,

penso quando sinto

no simples me emociono,

aciono acima e abaixo.

– Menina, sossega o facho!

– Ah, isso eu não faço não!

Quero trazer à mente 

inquietudes frequentes

O coração que pulsa 

na contramão da massa;

faça respirar trazendo

a Alma à terra

pelas suas feras 

tranquila poder passar;

sinto quando penso,

penso quando sinto

no simples me emociono,

aciono acima e abaixo.

– Menina, sossega o facho!

– Ah, isso eu não faço não!

 

Texto/autora: Tess Villa

Poema/autora: Tess Villa

Área de Atuação: Educação, Arte Literária, Contação de História

Arte gráfica e ilustração: https://www.pexels.com/pt-br/

Projeto Editorial: Tess Villa

outubro 30, 2020
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MODA CONSCIENTE – FAST OU SLOW – QUAL O RITMO DA MODA QUE AGUENTAMOS?

O corpo é uma via de expressão já utilizada desde os primórdios. E com a moda, as possibilidades de exteriorização facilitaram, tanto no sentido de expressar as subjetividades como também de possibilitar o metamorfoseamento, já que o indivíduo está em constante processo de transformação. A cada “look” criado, o mesmo pode transmitir uma imagem com as emoções do momento, que pode facilmente ser modificada.

De um modo geral, a moda é como cada um vai esculpir o seu corpo, a figura que cada um vai construir para expressar suas identidades. Sendo que, através dessa figura, ele se representa, o indivíduo se reconhece e vai ser reconhecido pela sociedade.

O boom do fast fashion

Na idade média, os códigos sociais e de vestimenta eram rígidos. Já no mundo contemporâneo, justamente pós-globalização, o consumidor passou a agir sobre o produto que adquire e o contextualiza a partir de seus próprios significados. 

Com o excesso de informação, a moda passou por um período de massificação, o qual os modismos eram facilmente encontrados e adquiridos pela maioria da população. Entretanto, esse mesmo excesso fez com que a indústria acelerasse os processos, extrapolando limites de tempo, consequentemente se tornando insustentável socioambientalmente, o que chamamos de  Fast Fashion.

O produto final oriundo desse sistema de produção chega ao consumidor com um preço relativamente baixo, porém os processos acelerados proporcionam um produto inferior e de baixa qualidade, justamente por conta disso. 

Necessidade de mudança

A palavra sustentabilidade propriamente dita se fez oriunda por volta de 1980, no qual a principal discussão era como gerar crescimento econômico sem comprometer as futuras gerações. Pode-se dizer, portanto, que a partir desse encontro surgiu o “estopim” para começar essa discussão que se arrasta por um bom tempo, e só vai ganhando novas perspectivas e novas preocupações.

Atualmente, tudo que é projetado possui, de certa forma, uma limitação em sua vida útil, ou seja, pouco tempo de uso, baixa qualidade, e logo será substituído por outro e, por fim, irão parar em lugares de descarte inadequados. 

Segundo Michael Braungart e Willian McDonaught, no livro “Creadle to Creadle”, tudo vem sendo projetado para o descarte logo após o uso. O grande porém é que esse “fora” não existe efetivamente. Tudo é “dentro” em nosso planeta.

O produto de moda, assim como outros diversos, entra nesse contexto. Temos uma indústria cada vez mais poluidora e geradora de resíduos, não só ela como também os usuários que adquirem produtos e os descartam frequentemente.

Desenvolvimento sustentável é tratado hoje como uma tendência sócio comportamental, ou seja, não é considerado uma tendência passageira, pois é algo que vem sendo abordado a décadas e, com o decorrer do tempo, só foi agregando novas concepções e atingindo cada vez mais um número significativo de adeptos.

Para que um produto de moda seja mais sustentável é preciso que haja um planejamento desde sua concepção, para que esse, depois de produzido, atenda as necessidades desejadas e não fique preso a sua primeira função. Ou seja, siga de certa forma (1) o modelo Creadle to Creadle, que se assemelha ao exemplo do sistema natural, espelhando-se nela, no sentido de otimizar um sistema. E assim que sua primeira “vida útil” se aproximar do fim, uma evolução já teria sido programada.

A ideia é entender também que, se todos os processos que manipulamos hoje causam algum tipo de impacto, é necessário pensar em como eles podem se tornar ponderosos e sustentáveis. Tendo o cuidado de pensar no processo de cada etapa e quais impactos socioambientais podem gerar, a fim de eliminar ou reduzi-los ao mínimo.

Para a que esses produtos e seus respectivos sistemas se tornem mais sustentáveis, existem algumas técnicas já conhecidas e utilizadas que ajudam a minimizar resíduos e otimizar a vida útil desses, como a modelagem “zero waste”, o “upcycling” e a multifuncionalidade.

E, com isso o papel do designer torna a ser o “gerente” das relações entre produto e peça, a fim de não só cuidar das partes “físicas” que compõe esse produto, mas também aproximá-los com conceitos mais intensos do indivíduo, como afeição, memória e representação de ideologias. E o do consumidor final de consumir com consciência produtos que sejam necessários dentro de suas subjetividades.

 

(1) José Luiz Ferreira – May 31, 2018

 

Texto/autora:

Texto/autora: Thamires Sena

Área de Atuação: Moda Consciente

Arte gráfica e ilustração: https://www.pexels.com/pt-br/

Projeto Editorial: Tess Villa

outubro 30, 2020
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EDUCAÇÃO

NOSSAS ELEIÇÕES: O (A) DOCENTE GANHOU EM APLAUSOS

 

Antes de tudo, é importante lembrar sobre o Dia do Professor e da Professora, que acontece no dia 15 de outubro, não é o dia de eleições em nosso país. Esta data surgiu lá atrás em nossa linha do tempo de história da Educação por conta do imperador D. Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil.

 

Desde já, levanta-se o ponto para averiguação daqueles que gostam de Educação com relação às bases sobre as quais ela foi colocada em nossa nação, ponto este que nos abstemos neste momento.

 

Contudo, quem não tem em mente um professor querido ou o gênero feminino e amável deste profissional. Tudo bem se esse ou essa docente não foi tão bom ou tão boa assim… e daqui pra frente, vamos adotar em um português há muito tempo usado, o gênero masculino para o referido profissional. Mas voltando à discussão anterior, se não tivemos bons professores que aquecem nossa lembrança, temos, certamente, um excelente professor, rígido, porém eficiente no que faz ou no que fez.

 

Bem como bom, podemos ter tido aquele professor excêntrico, diferente, divertido e que, tal qual um artista, dando tudo de si, nos fez aprender, apesar dos valores baixos com os quais possivelmente teve a retribuição de todo seu esforço. Eu tive alguns também, mas cada um com uma singularidade, o que faz com que tenham enriquecido tremendamente minha vida e muitas das vezes não apenas com suas matérias.

 

À primeira vista, vejo entrando pela sala a professora Eliane, de Literatura Europeia, Americana, Tradução, entre outras disciplinas que deixavam-me, se assim posso dizer, com água na boca. Mas como mal tinha o tempo para fazer as disciplinas que precisava para terminar o curso, incluindo a grade das optativas necessárias, ficava mesmo era babando – e de fato dava conta justa das demandas necessárias.

 

Professora excelente em conhecimento e em sintonizar seus discentes com a realidade: perguntava constantemente o que seus alunos estavam fazendo ali, já que não levavam o que precisavam para a aula. E continuava… “Com milagre, a professora precisa ganhar 3 vezes mais!”, “professora e prostituta, a diferença é que a prostituta às vezes pode escolher seu cliente, mas a professora não”. Então, doía? Sim… mas na auto-observação caladinha percebia que ela tinha razão.

 

Durona, muito, mas era maravilhosa em conhecimento e também muito humana, apesar de alguns não acharem. Ela me levou a avançar e quase fez meu parto, pelo menos acho que era isso que ela pensava ao me ver entrar na sala de aula às vésperas de ter minha filha. Com olhos arregalados, dizia não estar preparada para fazer partos, até porque sua opção de gênero era o masculino e, segundo ela, “colocava-se muito mais distante da maternidade, se tivesse filhos seria pai e não mãe”. Palavras suas, que me levavam ao riso, seu jeito de fazer humor, porém sim, uma pessoa admirável.

 

Outro exemplo era minha professora de inglês de Ensino Médio. Naquela época, Segundo Grau. Se um professor pode ser uma figura de álbum de figurinhas, aquela do tipo difícil de achar e que todos querem ter, era ela: sra. Alcântara. Ela cantava, dançava, representava e ainda tinha escolhido um livro muito bacana. Se já gostava de idiomas, inglês especificamente, foi com ela que firmei esse gosto. Ela e suas músicas – e até que cantava bem. É… parando para pensar, ela me inspirou em minha profissão de anos com seu jeito diferente de dar aulas.

 

Charles, outro professor, norte-americano, de Psicologia Educacional. Como minhas aulas acadêmicas eram em inglês, seu sotaque de New Jersey não era difícil. E nos perguntava sobre o porquê da psicologia ser aplicada na educação; pelo simples motivo, dizia, que lidamos com gente. Se animais têm seus aspectos psicológicos e plantas também, o que dirá esse complicado ser humano. Ele me levava a pensar bastante sobre a profissão e a seriedade do ofício.

 

Todavia, também vieram professores que, com seus problemas psicológicos, não nos alcançavam, fosse por insatisfação, fosse por vícios, medos, enfim…; hoje entendo que, no fundo, o lado humano fala alto, principalmente quando, ainda lembrando de Charles, lidamos com seres humanos e somos humanos. Com tudo que isso acarreta, com entes queridos que se vão ou ficam doentes, expondo-se com alunos quando é dito que em pandemia precisam voltar às aulas e quando a equação das horas de trabalho antes, durante e depois da aula + o salário que se recebe não é = as contas para pagar.

 

Neste momento, vamos recordar o ano de 2020. Algo nos chega assim de repente e pode matar, uma tal de pandemia que não se entende direito o que é. Algo invisível, desconhecido. Se dar e assistir aula já é difícil presencialmente, nas suas variadas situações que envolvem os dois lados, professor e aluno, imagina então à distância! Nada de pegar o lápis, nada de mostrar com a caneta, nada de fazer setas, muito menos de olhar nos olhos e sentir a energia do outro. Atenção ao que o professor diz? No virtual fica muito mais difícil, já que a concentração parece ser um ingrediente que tem faltado nessa geração virtual. Tem um mundo inteiro interessante à disposição para desviar os sentidos do aluno. E como se ensina? Tateando, sofrendo, amando, errando, tentando acertar… Talvez seja assim.

 

Dessa forma, encerro esta mistura de desabafo e lembranças, com muito agradecimento por tudo que esses profissionais fizeram e fazem, porque mesmo que se tenha um sistema educação domiciliar (homeschooling), alguém ajuda na aquisição de conhecimento, alguém deslumbra aquele que está a sua frente com um lápis que faz mágica sobre um papel, com rabiscos que são decifrados e viram palavras que levam à leitura de mundo! Ou seja, todos passamos por um professor querido, uma professora amada, mas também passamos por aquele linha-dura ou até aquele fora si – fazer o que por isso?…Possivelmente, ainda agradecer, porque mesmo assim pode ter sido aprendizado.

 

Então gratidão, docentes. Vocês são heróis e heroínas do silêncio da reflexão que a profissão exige. E ouso dizer que apenas um dia é pouco para tudo o que fazem. Desejo 365 dias de felicidades para  vocês!

Texto/autora: Tess Villa 

Facebook: Tess Villa

Área de Atuação: Educadora, escritora e contador de história

Arte gráfica e ilustração: https://www.pexels.com/pt-br/

Projeto Editorial: Tess Villa 

outubro 30, 2020
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SONHOS DE FRANCISCO E ALEGRIA DO PALHAÇO

Os mais lidos: literatura infantil

 

Inicialmente lembramos sobre nossa estante de referências de livros ou textos infantis ou juvenis.

Como queremos uma leitura de mundo, podemos ter autores nacionais ou internacionais.

Vamos neste mês de outubro de: A vizinha antipática que sabia matemática (Eliana Martins) e Sonhos de Francisco e a Alegria do Palhaço (Marcelo Fernandes). O de Marcelo você vê na íntegra logo abaixo.

 

SONHOS DE FRANCISCO E ALEGRIA DO PALHAÇO

 

Os amigos Francisco, Maria e Zezinho brincavam tranquilamente em suas casas, e receberam a notícia que tinha uma cidade ali perto onde as pessoas estavam tristes, sem alegria. Tudo estava estranho, então as crianças resolveram verificar o que estava acontecendo de errado. 

Francisco preparou seu cavalo e, junto com Maria e Zezinho, partiram para a cidade para verificar o ocorrido. Chegando ao local, perceberam logo que ninguém falava com ninguém e fizeram uma pergunta para uma pessoa que estava sentada na praça:

  • Meu senhor, o que acontece que todos os moradores estão tristes? – perguntou Francisco todo curioso.
  • É… não existe mais o mestre da alegria. Ele foi embora da cidade, e as pessoas ficaram de cara fechada – respondeu o senhor com uma voz muito baixa.
  • Pode deixar! Vamos encontrar o tar de mestre da alergia! – afirmou Zezinho.
  • Zezinho é alegria! – replicou Maria ao amigo.
  • Eh, isso aí… que faz a gente rir…. à toa… de suas atrapalhadas! – respondeu Zezinho.
  • Existe em São José dos Campos um palhaço muito famoso que faz alegria da criançada, é o palhaço que trabalha há mais de 30 anos.

Então os nossos amigos foram na cidade do Palhaço, procurando em todo lugar, por toda parte para encontrar o mestre da alegria. Gritavam sem parar por todos os bairros, perguntavam um por um, onde estaria ele. Quando estava já cansado de tanto procurar, acharam um bilhete do espetáculo do Yoyo e Thierry.

  • Vamos lá que encontraremos ele – falou Maria. 

Chegaram ansiosos, cheios de expectativas para receber o palhaço. Perceberam que todos estavam alegres por entrarem no espetáculo. Hoje vai ser um dia de festa, muitas risadas e brincadeiras! O Thierry começou a falar e a pronunciar o início do show:

  • Com vocês, o mestre da alegria, o incomparável, o mais antigo, o mais animado do mundo, com vocês, ooooohh Palhaço Yoyo…!!!

E o Thierry continuou o espetáculo trazendo alegria para o show, dizendo ao palhaço:

  • Faz seus cumprimentos!
  • Meu cumprimento é 1,60m… – disse o palhaço.
  • Não, Yoyo, tem que ser algo de dentro, para alegrar estas crianças – respondeu o Thierry.
  • Ahhh, fígado, bucho, coração, pummm…. – declarou o palhaço.
  • Não, será que você não entende? É para falar palavras doces…. – continuou o companheiro.
  • Doce de abóbora, doce de leite, de coco…. – disse o palhaço, olhando para o público.
  • Ahhh, vamos iniciar o show!!! Diga “olá” para as crianças! – replicou Thierry.
  • Olá criançada!!! – iniciou o palhaço seu maravilhoso espetáculo, trazendo alegria e diversão para as crianças.

Após assistirem ao show, com muita animação diante do picadeiro, as crianças foram tirar fotos com o palhaço e contaram para o Yoyo que tinha uma cidade que estava triste e precisava de alegria, e então convidaram ele para ir fazer um show para as crianças.

  • Sim, claro, vamos para esta cidade agora! – falou o palhaço.

E com muita música, festa e alegria, o palhaço Yoyo e o malabarista Thierry foram fazer um espetáculo na cidade. Foram chegando as crianças, os professores, vendedores das lojas. Tinha muita pipoca, doces, salgados e venda de brinquedos e muitas luzes coloridas. A alegria voltou a contagiar a todos, eles iam trabalhar com mais disposição, as escolas se encheram de muitas brincadeiras e diversões. E Francisco, Maria e Zezinho estavam alegres e felizes por ter encontrado o palhaço e devolvido à cidade a alegria de viver!

  • Viva o circo, o mestre da alergia está de volta! – afirmou Zezinho.
  • Ahhh, Zé… você nunca aprende, é alegria! Você é um verdadeiro palhaço! – afirmou os amigos dando muitas risadas.

 

Texto/autor: Marcelo Fernandes – outubro 

Facebook: @sonhosdefrancisco

Área de Atuação: Escritor e Contador de História

Arte gráfica e ilustração: @villaskohl e Studio Villas

Projeto Editorial: Tess Villa 

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